Por Carla Ramos, do Symbolon
O porquê da PAIXÃO, da RAIVA, da INVEJA e da COBIÇA e do ÓDIO, e de todos os males contidos para os humanos, na CAIXA de PANDORA?
Para compreender isso temos que invocar os Deuses do Olimpo e perguntar de forma humilde qual foi a Real Intenção do envio da Caixa com os males aos pobres mortais.
Prometeu, prometeu aos humanos que iria ao Olimpo e roubaria o Fogo Sagrado dos Deuses e os daria aos mortais...para estes adquirirem o Poder Divino e se igualarem a eles.
Em retribuição deste roubo, os Deuses irados enviaram a Bela Pandora, segurando uma caixa, de presente aos humanos. Por curiosidade, abre-se a caixa para ver o que havia sido enviado do Olimpo..Será que tinhamos essa permissão? Qual foi a punição dada pelos deuses aos mortais?
Para entender sobre a PAIXÃO, recorre-se a Mitologia, ao estudo dos Mitos.
Por estes serem universais, nos auxiliam na compreensão da dinâmica humana.
Desde épocas antigas até aos dias de hoje...
Só os Deuses tinham o poder de enloquecer os humanos: a PAIXÃO pertence ao Olimpo. A origem da palavra vem do termo grego “pathos”que também dá origem ao termo Patologia, que quer dizer, o Estudo das Paixões.
Na Grécia Antiga, acreditava que os humanos enloqueciam ao ter contato visual com os Deuses.Tamanha era a imensidão de suas qualidades que um humano não agüentaria vivencia-las em sã consciência.
Assim, quando um homem perde a cabeça por uma mulher, estamos lidando com o proibido, um contato do humano com o divino: a Deusa. No caso da mulher apaixonada, com um Deus.
A PAIXÃO faz com que se crie um pedestal ao seu objeto de desejo a amada ou o amado
Elevando-a às alturas. Devido a distância que se encontra dela, resta ao homem levantar o olhar e ritualisticamente idolatrá-la, questionando-se “o que será que essa Deusa viu em mim?”, pois pela imensidão de qualidades que atribui a ela, o ser humano, alvo de sua paixão, só pode mesmo pertencer ao Olimpo.
Carl G.Jung, na psicologia analítica, comenta que a intenção dos conteúdos inconscientes é se fazerem conscientes. Portanto o ser apaixonado vive essa situação.E isso ocorre naturalmente, através de um mecanismo inato em todo nós : a Projeção.
A Paixão é quando projetamos algo de nós, nossos desejos mais inconscientes no outro.
Assim, apaixona-se por uma imagem, uma idealização algo de nós, que atribuímos ao outro. Quando as “qualidades divinas” daquela Deusa provocam alguns pensamentos no homem, no movimento de trazer para o consciente um conteúdo inconsciente:
- Ela vai me cuidar para o resto de minha vida– busca-se uma Deméter (a eterna mãe)
- Eu tenho que cuidar dela é tão desprotegida- busca-se uma Koré (a eterna jovem)
- Ela vai lutar por meus ideais ao meu lado- busca-se uma Artémis (a eterna guerreira)
- Ela me enloquece com sua sexualidade – busca-se uma Afrodite (a eterna amante)
Analogamente, pode-se dizer que ele está projetando um filme em sua amada.A PAIXÃO faz com que se veja a mulher, ou o homem, como sendo uma tela em branco. Porém, no final da sessão a tela sobe se enrolando e vemos que há alguém ali atrás, e espera aí, é um humano!
A PAIXÃO por deixar o organismo em estado de constante euforia e excitação, é algo prejudicial ao seu desenvolvimento, e, portanto o próprio organismo tende a se auto-regularizar Onde estão os sintomas da patologia da Paixão? Acabaram? Ou a PAIXÃO foi transformando-se em amor?
Quando no decorrer da projeção de nosso filme, o homem começa a se propor a entender quais são as qualidades que ele atribui como “divinas” à aquela mulher que tanto o fascina, pode compreender o que busca verdadeiramente no outro.Quais são as qualidades e fatores que se tem que integrar a sua personalidade.
Quando chega a ocorrer essa transformação, começamos a nos ver como um in-divíduo em relação com outro in-divíduo, seres não divididos. Ao invés de sermos uma metade em eterna busca de algo, passamos a ser seres totais. Aí estamos prontos para amar.
Quando isso não ocorre, acaba a paixão e cada um segue o seu caminho...
Fonte: Symbolon
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Om. Shanti, Shanti, Shanti.