O mestre iogue B. K. S. Iyengar diz que a prática de pranayama retira as nuvens que encobrem a consciência, clareia a visão e nos ilumina para que possamos enxergar as coisas como elas realmente são - e assim estarmos mais preparados para fazer as escolhas certas.
Mais do que aprender diversos exercícios respiratórios (pranayamas), com as retenções, narinas alternadas, despertar do agni (fogo do manipura chakra), é importante focarmos a prática na respiração profunda e lenta. Perceber os pontos de tensão do corpo que impedem o inspirar e exalar com qualidade. É identificar a presença de emoções e pensamentos (memórias) que nos aprisionam, provocam medo, contração, e até mesmo rigidez, pois elas impedem o livre fluir de prana - energia orgânica - no corpo através dos nadis (condutos sutis para a filosofia/ciência do Yoga).
A respiração é uma entidade, algo de dentro pra fora, uma conexão entre ser e mente, ser e corpo, ser e coração (alma). Quando inspiramos, é de dentro que vem a intenção de trazer o ar de fora, esse contato com o corpo e a alma é algo transformador, diria "inspirador". Porque a palavra inspiração também significa algo como um entusiasmo...Este insight acaba de chegar e gostaria de compartilhá-lo. Acho que de tanto exercitar o inspirar profundo e exalar lentamente começo a perceber novas conexões - CONSCIÊNCIA!!
Mas voltando a respiração - a grande possibilidade transformadora!!! Quando inspiramos, o prana começa a circular no corpo, colocamos corpo, mente e coração em contato, na mesma vibração, ressonância, diria que ocorre um alinhamento profundo, mas quando há consciência, quando estamos presentes e observando, com a intenção de SER.
Ao exalar, o ar vai para fora junto com toxinas existentes no sistema físico-psíquico-emocional - ocorre então uma espécie de esvaziamento (digitei errado, era para ser esvaziamento, mas esvaziar a mente é algo importante!). É como se a mente aquietasse nesse espaço-tempo de vazio, como se o "eu individual" entrasse em contato com o "eu cósmico", numa tentativa de união, de yoga.
Percebo que ao expirar há a entrega, sem a supremacia do ego, exalando padrões, memórias, identificações que estão diretamente ligados ao ego. Reconhecemos-nos então como iguais, humildemente pertencentes do todo, sem maior ou menor importância.
Na inspiração movimentamos nossa intenção para o mundo e recebemos dele o ar, na exalação nos liberamos do que não nos serve mais. Um delicioso exercício de apego e desapego.
Experimente parar por 5 minutinhos e dedicar a sua atenção a sua respiração. Sente-se numa postura confortável e, sem interferir na respiração, sinta o fluxo do ar que entra indo até os pulmões, e que sai, indo de encontro ao ar do lado de fora. Agora comece a perceber todo o seu corpo, perceba os pontos de tensão, contração e comece a relaxar cada um a partir da exalação. Coloque todas as tensões para fora ao exalar. Vá observando, percebendo o que vai acontecendo. Faça esse exercício sempre que lembrar...Vá buscando a intenção de inspirar profundo e exalar lentamente a cada descontração. Boa prática!
Ao respirar conscientemente profundo e lento, em conjunto com a ação de bombear do diafragma, abdômen e barriga, estamos ativando o ritmo do sistema nervoso parassimpático - harmonizando o sistema nervoso, reduzindo a quantidade de estresse -- aumentando nossa qualidade de vida.
Tem uma historinha indiana que ilustra bem esta importância da respiração. Clique aqui para ler.
Hari Om!
Mari
Fonte: imagem do blog Shakti Sunfires
Linda mensagem, um forte estímulo à prática da meditação.
ResponderExcluirAdorei o insight "inspiração = entusiasmo".
Vc provavelmente conhece a etimologia da palavra entusiasmo, que em grego quer dizer "ser tomado pela divindade" (en - theo - siasmos). Se a força divina está no ar, respirar consciente e profudamente é mesmo ter a disposição e a entrega pra se encher de Deus.
Parabéns!
Olá Si, namaste!
ResponderExcluirObrigada pela sua inspiração. Tem um post antigo que fala de entusiasmo: http://vinyasakrama.blogspot.com/2009/04/entusiasmo.html
beijoca,
Mari