Hari Om!
Comecei em fevereiro deste ano a dar aulas na pré-escola. Já tive essa experiência com crianças de três a cinco anos, mas fazia parte do meu estágio da pós-graduação em Arteterapia. Usei a prática de asanas, respiração consciente, concentração, canto de mantra e relaxamento dentro do setting arteterapêutico. Esse trabalho também virou tema da minha monografia, experimentado nas oficinas que faço com pessoas com mais de 65 anos, num projeto do Governo Espanhol, no Rio de Janeiro. Mas esse é um outro assunto...Nem tão outro, pois o trabalho com crianças e idosos é bem parecido, os relatos do que sentem, de como o hatha yoga entra em suas vidas e transforma tudo ao redor é bem parecido, independentemente da idade.
Tem sido muito prazeroso, como tudo o que faço ligado à filosofia do Yoga. Ela corre em minhas veias e transborda em meu peito, por isso quero compartilhar com todos, sejam alunos, filhos, amigos, transeuntes, animais (brinco com cada cachorro que atravesso)...Posso dizer que descobri que realmente sou a felicidade que busco. Apesar de muitos acharem que sou uma “maluquinha” ou que estou com dinheiro sobrando, motivos para sorrir tanto e estar sempre expressando esta alegria com o corpo! Também tenho meus momentos de tristeza, de incompreensão, de questionar desigualdades e sofrer ao me deparar com padrões rígidos e ancestrais, minha terapeuta que o diga, com seus especiais lenços de camomila...
Voltando ao assunto, pois me empolguei expressando o que sinto agora, no presente...O trabalho com os pequenos da pré-escola tem se revelado algo encantador. Tão especial que estou repensando o projeto que pretendo levar pro mestrado sobre Yoga na Educação.
A roda se faz em poucos segundos, todos descalços irradiando luz em seus olhinhos para a fada Mrinalini, professora de Yoga lá da Índia (essa sou eu, vivamos o lúdico!). Começam os sorrisos, as expressões, as falas e perguntas curiosas. Num minuto peço para silenciarem, sentados já com perninha de chinês (Sukhasana, postura fácil) e trazerem as mãos unidas em frente ao peito (Pranam mudra, mãos em prece) para escutar o coração. O silêncio se faz. Algumas ficam forçando o fechamento dos olhos, outras deixam um aberto e outro fechado, as mãos apertam o peito...Entoamos em três exalações o mantra OM. AHO!Que especial...Quando abrimos os olhos tudo está diferente e presente!
Começamos preparando o corpo e a mente para escutar uma história. Estica daqui, puxa de lá, respira, abre o peito, gira os pés, as mãos, a cabeça...De pé, enraizando os pés e sentido-os como raízes profundas, o vento leva os galhos da árvore (Vrkshasana) de um lado a outro...Estão todos prontos?
A serpente (Bhujanghasana) saindo da toca, olha para um lado e para o outro e faz uma respiração sibilante (pra refrescar!)...Ela sobe a montanha (Tadasana) e, chegando ao topo, encontra um vagalume, está de noite e seu brilho a deixa encantada, parada, hipnotizada...Ela vai atrás de sua luz e ao longo do caminho encontra animais, astros, formas geométricas. E ao longo da estória as crianças junto comigo vão fazendo as posturas (Baddha Konasana - borboleta, Ustrasana - camelo, Adho Mukha - cachorro, Matsyasana - peixe, Trikonasana - triângulo, Virabhadrasana - guerreiro, entre outros), percebendo seu corpo, sua respiração, estando presente ali, no presente, a maior bênção da vida. E o final é sempre surpreendente. Relaxamos pra descansar na postura do morto (Savasana), renascemos no feto e na postura da criança (Balasana). Acabamos todos com a luz do vagalume nos olhos, no corpo todo, vibrando na energia da felicidade.
Mais uma vez sentamos na roda e concentrados entoamos o mantra da paz, desejando paz profunda pros nossos corações, nossa família, nossa escola, para o planeta Terra. Saem "todos e cada um" cumprimentando com um “namaste”, inclinando a testa na direção das mãos. Compartilhamos as experiências após cada aula. Depois ganho muitos beijos e abraços e alguns perguntam: “Mrinalini você volta logo, né?”, “Estou sentindo o meu coração feliz!”... Gratidão, gratidão, gratidão.
Um dia, a muito tempo atrás, li que os nascidos com Sol em Áries, o primeiro signo do zodíaco, é um plantador de sementes...Acho que é isso mesmo, que estas sementinhas plantadas sejam o fundamento para um mundo mais humano.
Era isso, compartilhar é fundamental, assim como viver o presente, a maior das bênçãos, onde surgem todas as oportunidades!
Hari OM!
Muito legal seu blog.
ResponderExcluirVi a indicação do Coaracy no email que recebo da Blyss. Já fui aluna dele.
Coloquei até um link no meu blog, www.sohamsoham.blogspot.com
Beijos!
Tatiane, Proforma
Idosos, crianças, barbados e senhoras de todas as idades... sementes por todo o lado!
ResponderExcluirbjs,
Amauri, Estação
Adorei!
ResponderExcluirPequeninos hoje, gigantes do amanhã!... Que a sua prática os ajude nessa jornada.
Beijos