O corpo tem suas formas de expressar-se de forma tão incrível! Todavia, não é fácil aceitar a idéia de uma inteligência corporal em uma cultura que divide o pensamento da ação, a mente e o corpo – considerando, muitas vezes, o corpo como algo menos especial que a mente (isso na visão da cultura ocidental). Ainda bem que este paradigma vem mudando ao longo dos tempos e o corpo, nosso templo sagrado, encontrando espaço para se expressar.
No hatha yoga aprendemos a nos movimentar com inteligência, transformando cada movimento em uma ação consciente, isso com a ajuda da respiração, da presença no agora, com a percepção de cada parte do corpo (músculos, articulações, ossos, tendões) e da energia que movimentamos internamente pra acontecer qualquer ação/movimento. Em pé sobre os próprios pés ou de cabeça para baixo, tudo é presença e auto-observação. Assim, com o tempo de prática vamos despertando, expandindo, descontraindo, oxigenando partes de nosso corpo que nem imaginávamos estarem adormecidas, contraídas, esquecidas.
No livro O corpo tem suas razões, Thérése Bertherat diz que o corpo é a nossa casa e que as paredes que tudo ouviram, e nada esqueceram, são os músculos. “Na rigidez, crispação, fraqueza e dores dos músculos das costas, pescoço, diafragma, coração e também do rosto e do sexo, está escrita toda a sua história, do nascimento até hoje”. Ela nos revela a possibilidade de reencontrarmos a chave do corpo, tomar posse dele, habitá-lo e nele encontrar vitalidade, saúde e harmonia que lhe são próprias. Maravilha!
É exatamente assim que vamos caminhando com nossa prática de hatha yoga. Cada dia mais a sensação de conhecermos a nós mesmos, cada vez mais percebendo cada detalhe de nós através do corpo, das sensações, emoções, pensamentoss que vão surgindo e observados. O veículo para este mergulho no “Si mesmo” é o corpo! Ao longo da jornada alguns nós vão sendo desatados, outros nem tanto, mas aprende-se a aceitar e conviver com eles de forma harmônica, sem julgar ou reagir. Costumo dizer para os alunos que paciência, perseverança, disciplina e coragem são fundamentai para seguir adiante.
Deixo espaço para reflexões com uma reflexão divina de Bertherat: “os movimentos nascem de dentro do corpo; não são impostos de fora. Não têm nada de místico ou misterioso. Têm por finalidade não que você escape a seu corpo mas sim que o seu corpo não continue a escapar-lhe, junto com a vida”.
Hari OM!
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Om. Shanti, Shanti, Shanti.